19 de jul. de 2011

Intimidade é F@#$%

Chego do trabalho e você está sentado na latrina de porta aberta. Grita “Mô”, como foi o dia? E, insatisfeito, me chama para conversar. Eu fui nada. Um fedor de lascar exalando pelo corredor da sala e do quarto, eu me piquei pra cozinha e preparei um sanduíche. Fiquei olhando para o relógio vendo o tempo das nossas vidas passar. Ops! Lá vem ele, beija-me na nuca e depois desfila pela casa de cueca.No primeiro momento suspirei: hummmm...mas é numa entonação de... que porra é essa? Tinha percebido que minha delícia já não é tão saborosa assim. A barriga está enorme, uma jaca verde e a bunda com algumas espinhas que ele nem sabe que tem, mas vai sentir logo quando sentar no sofá. De lingerie, tomada banho, deito pra descansar. O dia de serviço foi tenso e puxado. A noite está fria e uso uma coberta grossa. Na verdade queria o aconchego do meu bem querer só que ele não está nem aí para os meus calafrios e carinhos. Dorme profundamente até ser acordado, assustado, com o meu intenso, Aiiiiiiiii que horror! Ele tinha dando um PUM embaixo na coberta. Pela manhã acordo atrasada. Banho de gato, pego a primeira roupa que vejo na gaveta e meu fofinho já está na mesa tomando café. Pego uma maçã e em vez do beijo de despedida ouço o grosseiro arroto na cara. Na verdade não o culpo, o principal mostro da nossa relação é a intimidade. Ô palavrinha que corta qualquer tesão. Se você ainda não chegou a esse estágio, cuidado. Previna-se imediatamente porque o desrespeito a privacidade e a falta de espaço para individualidade adquiridos com a famosa convivência podem deixar o sexo mecânico e sem graça. Regue a flor do amor e subtraia hábitos terríveis da relação, ou, caso contrário, vai se dar mal. Lembre-se da época em que fazia de tudo para esconder a diarréia ou quando tirava o sapato fora de casa para ninguém sentir o chulé. Lembre-se do início do namoro: frio na barriga, tremor nas pernas, taquicardia e a falta de ar. Tudo com a intimidade comedida. Na verdade intimidade é coisa séria. É foda!

Nenhum comentário:

Postar um comentário