
Carla ainda estacionava o carro no centro de alguma cidade quando fora surpreendida por um homem que quase se jogou na frente do veículo aos gritos:
- venha, venha, aqui ó!
Ela avistara a correria do negrinho franzino que nem atingira a maioridade, saltar da calçada para rua, da pista para outra, num efêmero zig zag atrás de clientes momentâneos e suas “moedinhas” escondidas ou esquecidas por aí. Carla já havia dado duas voltas no centro até conseguir uma vaga. Ao descer do veículo fora recepcionada com hostilidade.
- Oh tia, é dois conto aí – o garoto fala quase beijando a mulher
- Te dou o dinheiro na volta – responde Carla andando
Ela chega a ouvir o murmúrio do rapaz.
- Porra! Tem que deixar agora. Na volta é todo mundo saindo de vez
Carla segue o caminho com inúmeros questionamentos. O maior deles, martela na mente como sino da Igreja São Francisco. O estalo deu-se depois da topada na pedra portuguesa solta no calçadão. É terrorismo – disse ela. E continua a pensar.
"Será que não há meios para combater esses infratores? Os flanelinhas são os donos das ruas. Ocupar espaços públicos é proibido por lei, vender então vagas de estacionamento deveria dar cadeia, um ano no xadrez está de bom tamanho".
Carla retornou pensando no terror que iria sofrer dessa vez para dar dinheiro. Entrou no carro, deu partida e nada do guardador clandestino. Bem, pensou ela aliviada, vou embora. Ao fazer a baliza vira pelo retrovisor a guinada dada pelo rapaz após avistar a cliente partindo. O flanelinha chega ofegante bate no vidro.
- cadê aí minha tia, colé, tô aqui trabalhando. Me dá qualquer coisa pra eu comer – esbravejou. Carla assustada com a opressão entrega R$0,50, a única moeda que possuía. Escuta o que já previa.
- Só isso. É foda!
A narrativa ilustra cena bem comum do dia-a-dia de motoristas desesperados em busca de vagas. Quem nunca se sentiu constrangido ou mesmo ameaçado ao ser abordado por um flanelinha?
É claro que, a problemática é social, mas deixar essa situação perdurar é burrice. Nós somos coagidos pelos guardadores irregulares e quase sempre não abrimos a boca para dizer um não. Não tenho dinheiro hoje. É como se tivéssemos a obrigação de pagar pelo serviço, que deixa o motorista, por vezes, desconfiado. Afinal, o espaço pertence à prefeitura é público não deles. Sem falar que dando esmolas estamos contribuindo para o aumento do desemprego, a permanência da ociosidade e do ganhar dinheiro fácil. Digo que beiramos a guerra por um pedaço de asfalto. Peraí, esse aqui já é meu!
Carla retornou pensando no terror que iria sofrer dessa vez para dar dinheiro. Entrou no carro, deu partida e nada do guardador clandestino. Bem, pensou ela aliviada, vou embora. Ao fazer a baliza vira pelo retrovisor a guinada dada pelo rapaz após avistar a cliente partindo. O flanelinha chega ofegante bate no vidro.
- cadê aí minha tia, colé, tô aqui trabalhando. Me dá qualquer coisa pra eu comer – esbravejou. Carla assustada com a opressão entrega R$0,50, a única moeda que possuía. Escuta o que já previa.
- Só isso. É foda!
A narrativa ilustra cena bem comum do dia-a-dia de motoristas desesperados em busca de vagas. Quem nunca se sentiu constrangido ou mesmo ameaçado ao ser abordado por um flanelinha?
É claro que, a problemática é social, mas deixar essa situação perdurar é burrice. Nós somos coagidos pelos guardadores irregulares e quase sempre não abrimos a boca para dizer um não. Não tenho dinheiro hoje. É como se tivéssemos a obrigação de pagar pelo serviço, que deixa o motorista, por vezes, desconfiado. Afinal, o espaço pertence à prefeitura é público não deles. Sem falar que dando esmolas estamos contribuindo para o aumento do desemprego, a permanência da ociosidade e do ganhar dinheiro fácil. Digo que beiramos a guerra por um pedaço de asfalto. Peraí, esse aqui já é meu!
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